sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

São Nicolau...

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...teve a suprema infelicidade póstuma de ver uma berrante e aberrante caricatura sua reproduzida anualmente no lugar daquela famigerada caricatura messiânica tingida de sangue imortalizada pelos séculos.

Meu Amor. Saiba que a caridade que agora você me faz estará estampada na bandeira erguida pelos netos dos nossos maiores inimigos.

Afinal, os avós deles foram aqueles que acreditaram em absurdos bem maiores que velhinhos que voam em trenós por aí. E foram estes tipos de “adultos” que tanto se julgavam no dever de educar as novas gerações.

Definitivamente: adultos apreciam tanto aterrorizar a si mesmos inconscientemente que nisso parecem com crianças.

Esta dependência quase química de tão psicológica da ideia de um redentor crucificado nunca poderia sair de uma mente plenamente saudável.

Já estou preparado para renunciar a tudo isto. A sucessão de momentos-limite decisivos ao longo da minha vida chegou àquele ponto culminante que podemos chamar Rompimento Sócio-Emancipante. Não posso fingir que não sei o que sei. Não consigo mais por um só minuto deixar de me repugnar com a visão desta massa de antropoides falantes que prazerosamente escolheu renunciar ao raciocínio.

Todo ser genuinamente realista chegará ao menos uma vez em sua vida a se ver como sendo indistinguível de um paranoico. Eis um bom retrato meu neste recorte do tempo.

(Tive um dèja-vu amargo ao terminar de escrever isto.)



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